terça-feira, 27 de outubro de 2009

Novas opções para tratamento da Hepatite B

Os portadores de hepatite B crônica contarão com três novos medicamentos para tratamento: os antivirais tenofovir, entecavir e adefovir, que serão associados a outros dois já adotados pelo Ministério da Saúde, a lamivudina e o interferon, para ampliar as alternativas de tratamento para o controle de ação do vírus causador da doença (VHB). As drogas fazem parte do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções, lançado ontem em Brasília.

O último protocolo para tratamento de hepatites estava em vigor desde 2002. A publicação do atual e a centralização da compra de medicamentos pelo Ministério da Saúde estabelece a nova política nacional para o tratamento da doença. Ele deve pautar a atuação de hepatologistas e infectologistas de todo o País.

A evolução para a forma crônica da hepatite B ocorre em aproximadamente 5% a 10% dos adultos expostos ao vírus. A doença, associada ao consumo de álcool e ao fumo, à idade e ao histórico familiar, aumenta o risco de cirrose hepática e de câncer no fígado, segundo o Ministério da Saúde.

Goiás é o 6º pior em vacinação contra hepatite B entre jovens

Goiás é o Estado brasileiro com o sexto pior índice de vacinação contra hepatite B entre adolescentes no País. Um levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS) mostra que apenas 48,23% dos jovens entre 11 e 19 anos completaram o esquema de imunização contra a doença, composto por três doses. A média nacional nesta faixa etária é de 63,02% e a meta do MS é ampliar a cobertura vacinal para um índice próximo de 80%.

A vacina contra hepatite B – que faz parte do calendário obrigatório e está disponível na rede pública a toda a população com até 19 anos desde 1998 – é uma das principais medidas de prevenção da doença. Depois de receber as três doses, mais de 90% dos adultos jovens e 95% das crianças e adolescentes ficam imunizados contra a doença.

A divulgação da pesquisa do Ministério da Saúde reforça uma necessidade que as autoridades sanitárias em Goiás já haviam apontado: a de campanhas específicas para levar os adolescentes às salas de imunização. A experiência mostra que a tarefa não é fácil. “Trata-se de um público que não tem o hábito de procurar pela vacina”, reconhece a chefe do Setor de Imunizações da Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Spais) da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Clécia Vecci.

O desafio de massificar a necessidade de vacinação de jovens torna-se maior por esbarrar em uma questão cultural. “A população em geral ainda acha que vacinação é coisa de criança”, alerta Clécia Vecci. Ela lembra que pouca gente sabe que hoje existem três calendários obrigatórios: da criança, do adolescente e do adulto e do idoso. Clécia observa que o planejamento do setor de imunizações acabou atropelado por problemas pontuais, como a epidemia de febre amarela no fim de 2007 e início de 2008, a campanha contra a rubéola, no ano passado, e, mais recentemente, a gripe suína.

Gravidade
O infectologista Boaventura Braz de Queiroz, diretor-geral do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, alerta para a gravidade da hepatite B, principalmente quando torna-se crônica. “Não existe tratamento eficaz para a doença”, ressalta, lembrando que o índice de cura oscila entre 10% e 15%.

O consenso entre especialistas é de que a hepatite B crônica deve ser tratada por tempo indeterminado. Boaventura sugere a realização de campanhas institucionais e no ambiente escolar para massificar a orientação para a vacinação de adolescentes, não só contra hepatite B, mas outras doenças, como meningite e rubéola, que também têm vacina gratuita.

Como a introdução da imunização contra hepatite B tem 11 anos, as crianças nessa faixa etária têm boa cobertura vacinal.