domingo, 22 de agosto de 2010

Número de casos anuais de hepatite A no DF triplicaram nos últimos 10 anos

O número de diagnósticos anuais de hepatite A triplicou nos últimos 10 anos no Distrito Federal. Foi o que mostrou um balanço do Ministério da Saúde, divulgado esta semana. Os dados são referentes ao período que entre 1999 e 2009 e também mostram crescimento nos outros tipos da doença. Apesar do aumento do índice, de acordo com a médica infectologista e chefe do Núcleo de Hepatites Virais, Sônia Geraldes, isso não é um fator ruim. "Apenas mostra que aumentou o número de diagnósticos", explica.

Enquanto em 2000, 99 casos de hepatite A foram registrados e, em 2009, as confirmações subiram para 300. Nesses 10 anos, 4.736 pacientes foram diagnosticados com a doença no DF. Para Sônia Geraldes, o diagnóstico da hepatite A é mais fácil, porque o paciente apresenta sintomas. "A hepatite A é uma hepatite mais aguda, a pessoa apresenta dores abdominais, mal estar e cor da pele amarelada. Quando o paciente tem hepatite B e C é onde fica o perigo", informa.

A hepatite B que é transmitida, principalmente, pela relação sexual, teve 67 casos confirmados em 2000. Já, em 2009, o número subiu para 191. Não houve registros confirmados de hepatite C em 1999, mas 10 anos depois, foram 155 notificações .

A chefe do Núcleo de Hepatites Virais explica que isso acontece, primeiro, porque a hepatite C foi descoberta em 1989 e começou a ser conhecida em 1993. "Não dá pra dizer que, em 1999, não existiam casos de hepatite C, isso só mostra que os casos não eram diagnosticados. São doenças silenciosas, mas com o tempo foi se conhecendo mais das doenças", diz. Para ela, o índice não apontar casos mostra um problema no sistema de vigilância. "As hepatites têm sido consideradas problemas do sistema público de Saúde", explica.

Sônia acentuam, ainda, a importância do diagnóstico. "Muita gente tem as hepatites silenciosas e, se for diagnosticada com antecedência, pode descobrir antes de ter uma cirrose ou até um câncer", afirma.

Informação
De acordo com a Sônia Geraldes, a falha das pessoas está na falta de informações. "As pessoas confundem muito as hepatites. Existem várias e de maneiras diferentes, com tratamento e prevenções diversas", explica.

A médica dá dicas para não confundir as doenças. "A hepatite A é transmitida de forma oral e está ligada a medidas de higiene. Já a hepatite B, é transmitida, principalmente, por relações sexuais. Mas os pacientes podem se vacinar e também utilizar medidas de prevenção. Já a hepatite C só pode ser descoberta com o diagnóstico precoce. É preferível que aqueles que fizeram uma transfusão de sangue em 1993, utilizaram drogas alguma vez na vida, fizeram piercings e tatuagens procurem os hospitais para se informar", afirma.

Sônia explica, também, que o fato de muitas pessoas não terem se vacinado complica a situação. "A hepatite B precisa da vacina e muitas pessoas não estão imunizadas contra a doença", afirma. Pessoas de 0 a 19 anos podem tomar a doença. A expectativa do Ministério é de que, em 2011, a imunização possa ser estendida para pessoas com até 24 anos e, em 2012, até 29. "É preciso destacar que de 11 a 19 anos a cobertura é muito baixa e a vacina precisa de três doses", explica.

Para Sônia, um possível crescimento contínuo dos índices pode ser visto como uma boa notícia. "Ficaria feliz de ver o número aumentando, porque indica que muitas pessoas foram diagnosticadas previamente, o que pode prevenir uma cirrose ou até um câncer", finaliza.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Profissionais de beleza são orientados sobre hepatites virais

Um workshop especial reuniu manicures, pedicures, tatuadores e podólogos da capital e do interior do Estado na tarde desta segunda-feira, 26, no Centro Convenções. O encontro teve como objetivo orientar os profissionais de beleza que trabalham com objetos perfuro-cortantes sobre a necessidade de se prevenir contra as hepatites virais e outras doenças transmitidas através do sangue.

A realização do workshop, alusivo ao Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais (28 de julho), é uma iniciativa do Programa DST/Aids e Hepatites Virais de Aracaju, junto aos Programas Estaduais de Hepatites e de DST.

Com esse encontro queremos favorecer o acesso desses profissionais a informações sobre as hepatites A, B e C. Sabemos que esta é uma doença silenciosa e que os profissionais de salão de beleza podem ou não aumentar o risco de infecção. Tendo acesso a informações, eles saberão se prevenir e levar esse benefício a uma grande parcela da população, disse o coordenador do Programa Municipal de DST/AIDS e Hepatites Virais, Andrey Lemos.

Durante o evento, os participantes assistiram a palestras sobre o que são hepatites virais, formas de contágio e prevenção, puderam se vacinar contra hepatite B e ainda fazer o teste rápido para diagnóstico da hepatite C. De acordo com o hepatologista Maurício Pacheco, o público do workshop é mais vulnerável a adquirir as hepatites virais, assim como médicos, odontólogos e profissionais do sexo.

Por isso procuramos informar as regras de biosegurança que orientam acerca dos cuidados a serem observados durante a esterilização de objetos cortantes. Falamos ainda da necessidade do uso individual de alguns objetos de rituais de beleza, sobre a utilização de luvas nestes procedimentos, entre outras informações importantes, pontuou o especialista.

Esclarecimentos

Para a manicure da cidade de Própria, Roseneide Santana, que tinha dúvidas sobre os métodos de esterilização dos objetos com os quais trabalha diariamente, a tarde foi esclarecedora. Aprendi como se coloca o alicate na estufa, auto clave ou forninho. Agora sei que não se pode abrir o esterilizador enquanto ele estiver funcionando. Caso isso aconteça, a esterilização fica prejudicada e se deve se começar o processo todo novamente, contou a profissional.

O barbeiro Carlos Fagundes Cardoso, proprietário de um salão de beleza no município de Carmópolis, revelou o que mais chamou a atenção dele durante o workshop desta tarde. Às vezes a gente não se preocupa em se cuidar. A autoprevenção é muito importante. A partir do momento em que a gente se previne, vai saber orientar o cliente a fazer também a parte dele, lembrou.